Há quem diga que era galego, outros, que seria napolitano e cozinheiro. O certo é que António Marrare veio para Lisboa nos finais do século XVIII, onde se tornou pessoa de grande requinte e dono de vários cafés na capital. Além de um primeiro café, situado junto ao S. Carlos, abriu outros três que se transformaram em pontos de reunião da melhor sociedade lisboeta – no Cais do Sodré, no Chiado (conhecido como o “Marrare do Polimento”) e na Rua dos Sapateiros. Foi neste último, fundado em 1804 e também chamado Marrare das Sete Portas, que nasceu o famoso bife lisboeta que tomou o seu nome. O serviço, exemplar, era feito em recipientes e talheres de prata legítima e, para que o bife pudesse ser ali mais bem apreciado, era o único local de restauração em Lisboa onde era proibido fumar. O bife à Marrare é um hino à simplicidade e ao bom gosto, tendo servido de pauta a todos os bifes “à café” que depois dele surgiram.
Venha conhecer esta e outras histórias da gastronomia lisboeta passeando na Baixa e no Chiado.